Ciudad del Este se prepara para o fim do comÉrcio para sacoleiros brasileiros

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Eu já venho comentando desde o inÁ­cio do ano em matÉrias que tenho publicado sobre o Paraguai de que a situação em Ciudad del Este não está nada fácil para os lojistas, não É necessário nem relembrar as mudanças de cÁ¢mbio, repressão na fronteira contra a costumeira cultura brasileira de não pagar impostos sobre produtos e trazer produtos proibidos de serem comercializados no Brasil, aumento de alÁ­quotas de impostos de importação e por aÁ­ vai.

A queda de movimento e vendas para brasileiros e argentinos em Ciudad del Este neste ano de 2015 gira em torno de 60%.

Se levar em consideração que Ciudad del Este É a segunda maior cidade do Paraguai, você já consegue entender como esta queda abrupta de vendas na fronteira está afetando a economia paraguaia.

Foi por este motivo que o presidente do Paraguai enviou hoje os ministros da Fazenda e da IndÁºstria e ComÉrcio para se reunirem com os comerciantes de Ciudad del Este a fim de buscarem e discutirem alternativas para movimentar novamente a economia.

Os paraguaios não estão com grande esperança de que o comÉrcio na região volte a ser tão grande quanto antes, não só pelas dificuldades impostas pelos brasileiros, mas tambÉm por que em 2020 entra em vigor para os paÁ­ses que integram o Mercosul a Tarifa Externa Comum (TEC), que dita que os impostos para importação de produtos de terceiros paÁ­ses serão iguais em todos os membros do mercado comum.

Isto significa que não haverá vantagem em cruzar a fronteira com o Paraguai para comprar mais barato produtos vindos da China, já que o governo paraguaio não poderá dar vantagens para os importadores paraguaios que sejam diferentes das vantagens que oferecer o governo brasileiro, da Argentina e do Uruguai.

Em tese isto significa que em todos os paÁ­ses do Mercosul o importador pagará o mesmo valor para importar um produto.

Os paraguaios estão muito preocupados com isto pois significará o fim do comÉrcio para sacoleiros em Ciudad del Este.

Um dos planos traçados pelos paraguaios e incentivar indÁºstrias de eletrônicos de alta tecnologia a se estabelecerem em Ciudad del Este para que, produzindo em solo paraguaio, possam colocar os seus produtos nos paÁ­ses integrantes do Mercosul com alÁ­quota zero baseado em acordos firmados entre os paÁ­ses integrantes do Mercosul.

Uma grande mudança de paradigma para a trÁ­plice fronteira, não É mesmo?

Já passei dos 40 anos de idade e desde que me entendo por gente eu conheço sacoleiros que sobrevivem de vender produtos do Paraguai.

Será que este pessoal tambÉm já está pensando em um plano B para enfrentar toda esta mudança?